Brasil só tem segurança no nome do ministério
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Você já ouviu falar em José Levi Mello? Provavelmente, não. Trata-se da pessoa que responde interinamente pelo Ministério da Justiça. Tenta tapar o buraco aberto com a indicação do ministro Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal. Moraes bateu em retirada num instante em que a bela intenção do governo de tranquilizar a nação com um plano nacional de segurança não resistiu às sucessivas desmoralizações dos surtos de violência que pipocam em diferentes pedaços do mapa brasileiro, dentro e fora dos presídios.
Até bem pouco, quando o assanhamento das fações criminosas nos presídios desafiava a autoridade do Estado, o Ministério da Justiça era apenas irrelevante numa crise capitaneada pelos governos estaduais. Hoje, quando as Políciais Militares acham que podem fazer greve com o revolver no coldre, o governo pode começar a pensar seriamente em arrendar o belo prédio da pasta da Justiça para uma rede hoteleira.
A ousadia da Polícia Militar do Espírito Santo, paralisada há uma semana, transborda para o Rio de Janeiro. E não há ministro da Justiça em Brasília. Para não ser chamado de omisso, Michel Temer solta nota oficial conclamando os PMs a respeitarem a lei. Simultaneamente, Temer negocia a escolha do futuro minstro da Justiça com a barriga encostada no balcão.
Hoje, o mais cotado para o posto é um deputado: Rodrigo Pacheco. Pertence ao PMDB, um partido que está mais preocupado em controlar os ímpetos da Polícia Federal na Lava Jato. No momento, o único lugar onde existe segurança no Brasil é no nome do ministério, que foi rebatizado na semana passada por Temer. Chama-se agora Ministério da Justiça e Segurança Pública. Não caia na gargalhada. O caso é sério!
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