Partidos convidam a Justiça Eleitoral a puni-los
.
Os depoimentos de delatores da Odebrecht ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral, levam à vitrine um subproduto que vai muito além do processo que pode resultar na cassação do mandato de Michel Temer e na decretação da inelegibilidade de Dilma Rousseff. As inquirições reforçam a sensação de que os partidos políticos brasileiros apodreceram. Além do PT de Dilma e do PMDB de Temer, os delatores acomodam no lixão partidário legendas como o PDT e até o PSDB, que é o autor da ação que o TSE terá de julgar.
Há hoje no Brasil 35 partidos formalmente registrados na Justiça Eleitoral. Há outros 40 na fila. Não há ideologia nesse fenômeno. Os partidos viraram um grande negócio. Transformaram-se em paraísos fiscais custeados por propinas, caixa dois e pelo déficit público. A lei prevê a punição de partidos picaretas. As penas incluem a perda do dinheiro do Fundo Partidário e a até cassação da legenda. Em vez de criar, a Justiça Eleitoral deveria começar a extinguir partidos. Com meia dúzia, o país estaria bem servido.
Nos depoimentos dos delatores da Odebrecht, afora a reiteração da acusação de que os tucanos também se lambuzaram no caixa dois da construtora, informou-se que o PDT, que tenta empinar a candidatura presidencial de Ciro Gomes, vendeu por R$ 4 milhões sua adesão à chapa vitoriosa na disputa presidencial de 2014. Insinuou-se que a xepa partidária incluiu pagamentos a outras legendas —do direitista PRB ao comunista PCdoB. Vivemos uma fase pós-ideológica em que vigoram quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e o Dinheiro
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.