Contra crise política, Temer vende uma recuperação hipotética da economia
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Com o mandato sub judice no Tribunal Superior Eleitoral e com as delações da Odebrecht voando sobre sua cabeça, Michel Temer fará nas próximas semanas um esforço para mudar de assunto. Ele tentará injetar ânimo econômico dentro da crise política.
Para começo de conversa, o governo trata como coisa do passado a recessão histórica que vive o país, com dois anos consecutivos de queda no PIB. Temer agora diz que está recolocando o país nos trilhos e entregará ao sucessor uma locomotiva em movimento.
Nesta terça-feira, dia em que o IBGE informou que o PIB do país levou um tombo de 3,6% em 2016, depois de já ter mergulhado 3,8% em 2015, Temer atirou para todos os lados. Disse que fará uma reforma tributária em fatias, anunciou um pacote de concessões à iniciativa privada e distribuiu afagos ao congresso ao empossar um deputado do PMDB no Ministério da Justiça e um senador do PSDB no Itamaraty. Temer sabe que seu otimismo econômico depende da boa vontade do Congresso.
Há na praça tímidos sinais de recuperação da economia. Mas Temer, acossado pela crise política, tenta colher resultados econômicos antes do amadurecimento dos frutos. Basta que o Congresso rejeite a reforma da Previdência ou aprove uma reforma pífia para que o otimismo do governo vire fumaça.
Temer faz o que lhe resta. Vende à plateia um futuro de prosperidade. É fácil fazer isso, pois o futuro não pode ser cobrado nem conferido. O futuro, como se sabe, a Deus pertence. Enquanto espera, você pode pernguntar: mas e quanto ao passado, quem responderá por ele?
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