Renasce no Congresso articulação sobre caixa 2
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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal eletrificou o Congresso Nacional. Fez isso ao levar o senador do PMDB Valdir Raupp ao banco dos réus. Abriu-se uma ação penal em que o senador responderá pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter registrado no TSE como doação legal R$ 500 mil recebidos de uma construtora que desviou o dinheiro da Petrobras.
A decisão fez ressurgir no Congresso articulação suprapartidária para aprovar uma lei criminalizando o caixa dois. Como se já não fosse crime. O objetivo é isentar de culpa o caixa dois do passado, sob o argumento de que uma nova lei não pode retroagir no tempo.
Os ministros do Supremo sinalizaram que não estão dispostos a permitir que o TSE seja usado como lavanderia de dinheiro imundo. No Congresso, ninguém atirou pedras em Valdir Raupp. Em matéria de caixa dois, todos têm telhado de vidro. Muitos têm não só o telhado, mas paletó de vidro, camisa de vidro, gravata de vidro…
Uma parte dos congressistas alega que é preciso separar o joio do trigo. Nessa linha, políticos que receberam dinheiro não-contabilizado para fazer campanha não deveriam ser confundidos com colegas que enriqueceram recebendo propinas. O diabo é que, para a Procuradoria da República, não há mais trigo nesse enredo, só joio. E para o eleitor, ficou muito difícil fazer esse tipo de distinção. Depois que a política virou uma subsidiária da Odebrecht, todos os gatunos parecem pardos.
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