Nova fase intima Supremo a superar a lentidão
As delações de 78 ex-executivos da Odebrecht resultaram em 320 pedidos do procurador-geral da República ao Supremo Tribunal Federal. Nesse balaio, há 83 requisições de abertura de novos inquéritos envolvendo congressistas e autoridades com prerrogativa de foro. É algo jamais visto na história do Supremo. O volume de processos como que intima o tribunal a refletir sobre a necessidade de fixar um rito especial para os processos da Lava Jato.
Há também no lote de documentos remetidos pela Procuradoria ao Supremo 211 casos nos quais a força-tarefa da Lava Jato farejou irregularidades que envolvem pessoas sem direito ao escudo do privilégio do foro do Supremo. ou com a prerrogativa de ser julgado no STJ, caso dos governadores delatados. O ministro Edson Fachin, relator do petrolão no Supremo, remeterá esses casos para o STJ, se os acusados forem governadores, e para juízes de primeiro grau, se o acusado for governador. Entre eles Sergio Moro, de Curitiba. A agilidade desses magistrados tende a realçar ainda mais o ritmo de tartaruga manca do Supremo.
Em 6 de março de 2015, Rodrigo Janot enviou ao Supremo sua primeira lista de encrencados na Lava Jato. O papelório resultou na abertura de 28 inquéritos, envolvendo 55 políticos. Posteriormente, foram instaurados mais nove processos. Houve também seis arquivamentos. Nesse vaivém, não há vestígio de condenação. E lá se vão mais de dois anos. Agora, os inquéritos passam de uma centena. Ou os ministros do Supremo se convencem de que o anormal pede um tratamento diferenciado ou a maior investigação de corrupção da história do país desaguará num retumbante sentimento de frustração.
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