Fim do mundo da Odebrecht está virando festa
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Finalmente, chegou ao gabinete do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, a lista de delatados da Odebrecht. Imaginou-se que, nesse estágio, a política brasileira estaria vivendo o fim do mundo. Assim era chamada a delação da Odebrecht: delação do fim do mundo. Verificou-se que, no Brasil, o fim do mundo é apenas mais uma etapa rumo ao insondável. No momento, tudo parece conspirar a favor dos suspeitos.
Repare no seguinte: faz uma semana que chegou ao Supremo Tribunal Federal essa documentação da Procuradoria-Geral da República com os depoimentos dos delatores e os pedidos de providências. E só agora o papelório chegou às mãos do ministro-relator. Alegou-se que era preciso digitalizar os documentos. Como assim? Fala sério! Em plena era da informática, no tempo do livro digital e do arquivo nas nuvens, a Procuradoria enviou ao Supremo dez caixas abarrotadas de papeis.
Inicia-se agora a fase dos inquéritos. Sabe Deus quanto tempo vai demorar. Depois virão as denúncias da Procuradoria. Que o Supremo demora, em média, mais de um ano e meio para analisar. Na sequência, virão as ações penais. No Supremo, elas costumam demorar tanto tempo para ser julgadas que não é incomum que terminem em prescrição. Por isso, os suspeitos transitam sobre o imenso tapete nacional como se nada tivesse sido descoberto sobre eles. Enviados ao inferno, dezenas de congressistas, ministros e governadores começam a perceber que o diabo não é mesmo tão feio quanto Rodrigo Janot tenta fazer crer.
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