Não há o que celebrar no feriado de 1º de Maio
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Mesmo com o risco de parecer um estraga-festas, é preciso proclamar: não há o que celebrar neste 1º Maio. Como festejar o Dia do Trabalhador depois que o IBGE informou que há na praça 14,2 milhões de desempregados? Parece claro que algo precisa ser feito. Crises como a atual são oportunidades dramáticas para o entendimento. Mas o Brasil não costuma perder a oportunidade de perder uma boa oportunidade.
Veja se você consegue entender o drama nacional: reeleita, Dilma tentou empinar reformas como a terceirizaçao da mão de obra e ajustes na Previdência. Ela queria retirar o Brasil do abismo econômico que ela mesma cavou. Mas a afilhada de Lula caiu antes que pudesse superar suas contradições. Agora, criador e criatura lideram o movimento antirreformas.
No momento, o PT e seus satélites torpedeiam Michel Temer por propor versões radicalizadas de reformas que Lula e Dilma defenderam e tentaram implementar nos seus respectivos governos. Esse embate conspira contra o ajuste de uma legislação que não foi capaz de evitar o desemprego em massa.
Por trapaça do destino, a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal é datada de 1º de Maio do ano de 1.500. Esse texto, espécie de certidão de nascimento do Brasil, retrata uma terra de sonhos, utópica. Depois das caravelas, vieram a dívida pública, a corrupção e a politicagem. Junto com tudo isso, veio a legião de desempregados que, hoje, é maior do que toda a população de Portugal. Aos pouquinhos, o Brasil vai se consolidando como uma grande piada de português. Piada de mau gosto.
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