PSDB vê Temer na UTI e discute desembarque
Principal aliado do governo no Congresso, o PSDB trata Michel Temer como uma espécie de paciente terminal. Numa analogia construída por um dirigente tucano, o presidente passou nesta sexta-feira da enfermaria para a UTI. Longe dos refletores, os tucanos discutem a conveniência de retirar o suprimento de oxigênio que o PSDB fornece ao governo no Legislativo. Temer já foi avisado de que o tucanato analisa a sério a hipótese de desligar sua presidência da tomada.
No momento, o que se discute entre os tucanos é o timing. Formado o consenso quanto à conveniência do desembarque, a legenda se divide em duas. Uma parte quer apressar o cortejo fúnebre. Outra ala preocupa-se em encontrar uma saída que inclua Temer no planejamento do próprio funeral. Avalia-se que um desfecho negociado seria menos traumático.
Antes de tratar de Temer, o PSDB cuidou do seu próprio cadáver. Removeu do caminho Aécio Neves, que já respondia a sete inquéritos no Supremo Tribunal Federal antes de ser alvejado pela delação do Grupo JBS. Com a biografia em avançado estágio de decomposição, Aécio foi substituído na presidência do PSDB pelo senador Tasso Jereissati (CE). Auxiliado por colegas como o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), Tasso conduz as articulações.
Consultado, Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, avalizou o diagnóstico segundo o qual o governo de Michel Temer se aproxima do colapso. Com a experiência de quem já administrou crises sentado na cadeira de presidente, FHC revela preocupação com a economia. Avalia que a falência do sistema político pode contaminar o cenário econômico, revertendo a curva de inicadores que apontavam para uma tímida recuperação do PIB.
Para o tucanato, a presença de Temer no Planalto deixou de ser um fator estabilizador. Consolidando-se o afastamento dos tucanos, o presidente ficará mais próximo da porta de saída. Com o seu PMDB dividido, o PSDB é o principal esteio de Temer no Congresso.
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