Osmar Serraglio hesita em aceitar a nova pasta
Desalojado da poltrona de ministro da Justiça a contragosto, o deputado licenciado Osmar Serraglio (PMDB-PR) hesita em aceitar a pasta da Transparência. Ele ameaça reassumir seu mandato, empurrando para fora da Câmara e do refúgio do foro privilegiado o suplente Rodrigo Rocha Loures, um ex-assessor de Temer que foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil em propinas do Grupo JBS, do delator Joesley Batista.
No domingo, a assessoria de Temer informara que Serraglio já havia topado transferir-se para o Ministério da Transparência, cujo titular, Torquato Jardim, foi içado para a Justiça. Não era bem assim. Sentindo-se desprestigiado, Serraglio condiciona sua decisão a uma conversa com Temer. Algo que só deve acontecer nesta terça-feira (30), pois o presidente viajou para São Paulo.
A movimentação de Temer é arriscada. Rocha Loures tornou-se, por assim dizer, um fio desencapado. Indicado como interlocutor do presidente da República junto ao agora delator Joesley Batista, o personagem flerta com a delação premiada. Já foi afastado pelo Supremo do exercício do mandato. Conserva, porém, o salário e o foro de deputado. Expurgado da Câmara, pode entrar em cuto-circuito.
Suprema ironia: Serraglio está, ele próprio, sob ameaça de tornar-se alvo de uma delação. Protagonista da Operação Carne Fraca, Daniel Gonçalves Filho, ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, está na bica de fechar um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal. Serraglio era um dos padrinhos políticos do servidor, acusado de corrupção. Contra esse pano de fundo, sua efetivação na pasta da Transparência seria um escárnio.
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