Temer vê ‘conflito institucional’. E a corrupção?
Ao empossar Torquato Jardim no cargo de ministro da Justiça, Michel Temer pronunciou um discurso estranho. Disse que o país vive "momentos de um grande conflito institucional." Acha que a "ordem institucional" está sendo negligenciada. Avalia que é preciso "recuperar a institucionalidade do país." Didático, disse que isso significa "a manutenção da ordem, o cumprimento da lei."
Sem dar nome aos bois, Temer insinuou que alguém está cometendo crime de abuso de autoridade. "Quem tem autoridade no Brasil é a lei, portanto, abusar da autoridade é violar a lei." Na sequência, o presidente rogou: "Vamos deixar o Judiciário trabalhar sossegado, vamos deixar o Legislativo trabalhar em paz, vamos deixar o Executivo, convenhamos, trabalhar em paz."
Investigado no Supremo Tribunal Federal por suspeita de corrupção, obstrução judicial e formação de organização criminosa, rodeado por oito ministros investigados, apoiado por uma penca de denunciados e réus, Temer se surpreenderia se repetisse o mesmo discurso, com a competência usual, para uma plateia de brasileiros simples. Ao final, perguntaria o que as pessoas tinham achado de sua oratória. E alguém diria: "Olha, apesar de tudo o que o senhor disse, que foi muito bonito, eu fiquei com uma dúvida: e a roubalheira?"
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