‘O que a Constituição uniu, o Temer não separa’
Quem quiser compreender o significado mais profundo da expressão sexo oposto deve acompanhar os desdobramentos do casamento político de Dilma Rousseff com Michel Temer. Imaginava-se que o presidente-tampão fosse o último homem que a primeira mulher a passar pela Presidência do Brasil gostaria de ver novamente. Mas a defesa da presidente deposta informa que há um lugar onde madame admitiria se reencontrar com o ex-parceiro político: o fundo do poço.
"Aquilo que a Constituição uniu, não cabe ao candidato a vice desunir", disse o advogado de Dilma, Flávio Caetano, para se contrapor à tese segundo a qual Temer não pode ser cassado pelo TSE porque manteve com Dilma uma união com separação de contas eleitorais. Alheio ao desejo de Dilma de brindar o seu cliente com um abraço de afogados nas profundezas do inferno de uma punição conjunta, o defensor de Temer, Gustavo Guedes, insistiu no pedido para que o TSE separe as arcas das duas campanhas (veja lá no alto).
O defensor de Dilma ironizou: "Este tribunal julgou a prestação de contas da chapa Dilma-Temer, não julgou a de Temer, até porque Temer não apresentou prestação de contas", disse o doutor. "…A Constituição une os candidatos a presidente e vice. Une no registro e une na eleição. Se Michel Temer quisesse votar apenas em si próprio, ele iria à urna, apertaria o 13 e votaria em Dilma Rousseff também."
Matrimônios como a união política do PT com o PMDB, baseados exclusivamente no intere$$e, deveriam ser chamados de patrimônio. Mas Dilma e Temer, num derradeiro esforço para evitar um reencontro, mesmo que metafórico, uniram-se no pedido para que o TSE exclua as provas relacionadas à Odebrecht do processo que pode resultar na cassação do mandato de um e na perda dos direitos políticos da outra. (Assista abaixo à argumentação do defensor de Dilma).
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