Mesmo sem TSE, pesadelo de Temer continua
Michel Temer transformou sua Presidência numa corrida de obstáculos. Está prestes a ultrapassar a barreira do TSE. O julgamento sobre a chapa Dilma-Temer ainda não terminou. Mas já está claro que o conchavo prevalecerá. Para salvar Temer, o TSE inaugura uma fase nova no Brasil. Os políticos transgressores haviam consagrado o bordão "eu não sabia". Era a etapa do cinismo. O TSE ficou sabendo. Mas decidiu fechar os olhos para as provas. É a fase do pós-cinismo.
Há 20 dias, o veredicto do TSE era visto como o grande empecilho a ser superado pelo governo Temer. Vencendo esse desafio, o presidente teria mais tranquilidade para se dedicar à aprovação das reformas econômicas no Congresso. Hoje, as encrencas que assediam Temer transformaram os pesadelos do presidente em algo mais agradável do que o despertar.
Vencido o obstáculo do TSE, Temer terá pela frente uma série de crises para administrar, uma se sobrepondo à outra. O interrogatório da Polícia Federal, a ameaça de revoada dos tucanos, o risco de delação do ex-assessor da mala de propina, a denúncia criminal que a Procuradoria está prestes a protocolar no STF. Como se tudo isso fosse pouco, descobre-se que Temer voou com sua família, em 2011, num jatinho de Joesley Batista. Viagem recreativa. O presidente não sabia de quem era o jato. Não pagou pelo transporte. De repente, o país ficou sabendo que é presidido não pela suspeição, mas por uma caricatura.
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