Temer classifica Janot e Fachin de ‘justiceiros’
Nas democracias modernas nenhum Poder impõe sua vontade ao outro. Não interfiro e nem permito interferência indevida de um Poder sobre outro pic.twitter.com/sV0xxtGj3I
— Michel Temer (@MichelTemer) 12 de junho de 2017
Sem mencionar-lhes os nomes, Michel Temer chamou de "justiceiros" o procurador-geral da República Rodrigo Janot e o relator da Lava Jato Edson Fachin. Em vídeo veiculado na internet, o presidente se disse vítima de "denúncias artificiais e montadas." E insinuou que o chefe do Ministério Público e o ministro do Supremo Tribunal Federal cometem "ilegalidades" ao investigá-lo. Declarou que não vai "esmorecer".
"Justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica de nossa história, quando havia sinais claros de que as reformas teriam maioria no Congresso Nacional, assacaram contra o meu governo um conjunto de denúncias artificiais e montadas", disse Temer no vídeo.
O presidente acrescentou: "O Estado Democrático de Direito não admite que as instituições públicas e seus responsáveis cometam ilegalidades sob qualquer justificativa ou motivo. Na democracia, a arbitrariedade tem nome: chama-se ilegalidade. O caminho que conduz da Justiça aos justiceiros é o mesmo caminho trágico que conduz da democracia à ditadura."
Temer prosseguiu: "Não permitei que o Brasil trilhe esse caminho. Não vou esmorecer. Seguirei liderando o movimento em favor da aprovação da agenda de reformas econômicas, políticas e sociais que está recolocando o Brasil no caminho da prosperidade e do crescimento."
O blog perguntou a um auxiliar de Temer se a referência aos "justiceiros" era endereçada a Janot e Fachin. E ele: "claramente." Instado a explicar os motivos que levam o presidente da República a atacar tão duramente as autoridades que estão à frente da investigação sobre o caso JBS, o assessor de Temer considerou desnecessário: "Basta ler o noticiário para ver como o presidente da República, autoridade máxima do país, está sendo tratado", limitou-se a declarar.
Acusado pela revista Veja de acionar a Agência Brasileira de Inteligência para bisbilhotar Edson Fachin, Temer negou. Não fez referência explícita ao episódio. Mas soou claro: "Não interfiro nem permito a interferência indevida de um Poder sobre o outro. Em hipótese aguma, nenhuma intromissão foi ou será consentida."
Munido de autocritéritos, Temer fez pose de perseguido no vídeo. Mas não disse nenhuma palavra sobre os fatos que o transformaram no primeiro presidente da história a ser invesrigado por corrupção, obstrução de Justiça e formação de organização criminosa.
O presidente se absteve de recordar a conversa torta que manteve, no escurinho do Jaburu, com um empresário crivado de investigações: Joesley Batista, da JBS. Esqueceu de mencionar —ou lembrou de não citar— o fato de ter indicado o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures como seu interlocutor junto a Joesley, agora um corrupto confesso. Não disse uma mísera palavra sobre a mala com propina de R$ 500 mil que seu presposto recebeu dias depois da JBS.
Temer preferiu mudar de assunto: "Seguirei liderando o movimento em favor da aprovação da agenda de reformas econômicas, políticas e sociais que está recolocando o Brasil no caminho da prosperidade e do crescimento. Com o apoio do Congresso, espero obter vitórias importantes para o país nas próximas semanas, nos próximos tempos –tanto na modernização trabalhista quanto na reforma da Previdência."
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