Retórica do presidente da CCJ assusta Planalto
Porta de entrada da denúncia contra Michel Temer na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça é presidida por Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), um deputado de primeiro mandato. Há quatro meses, Pacheco chegou a ser cotado para o posto de ministro da Justiça. Mas foi refugado por Temer, que preferiu nomear outro deputado: Osmar Serraglio (PMDB-PR), trocado posteriormente pelo advogado Torquato Jardim. Agora, Pacheco assombra o Planalto com uma retórica escorada num vocábulo que o governo considera tóxico: independência.
O nome preferido do Planalto para atuar como relator da denúncia em que Temer é acusado de corrupção passiva é o do deputado Jones Martins (PMDB-RS). Trata-se de um suplente de Osmar Terra (PMDB-RS), que se licenciou do mandato para assumir a pasta da Agricultura. Cabe a Pacheco indicar o relator. E ele não parece tão sintonizado com o desejo do presidente. Não exclui nem a hipótese de entregar a relatoria a um colega de outro partido. Advogado, Pacheco diz que guiará sua escolha por critérios técnicos.
O Planalto acionou o líder do PMDB, Baleia Rossi (SP), para medir a pressão de Pacheco. Não demora e o país conheçará o tamanho da independência do mandachuva da CCJ. Ele cogita indicar o relator antes do final de semana.
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