Caso Aécio: Senado injetou troça no escândalo
Impossível acompanhar o noticiário político sem notar que há cadáveres demais nas manchetes. Junto com o cheiro de enxofre, fareja-se uma fome de limpeza no ar. Com quase um terço dos seus membros enrolados na Lava Jato, o Senado é parte do problema. Mas perdeu, além do recato, o olfato. E não tem a mais remota intenção de virar parte da solução.
Por 11 votos a 4, o Conselho de Ética (?!?) confirmou o arquivamento do pedido de cassação do mandato de Aécio Neves (PSDB-MG), pilhado em gravações pedindo R$ 2 milhões ao delator Joesley Batista. Dinheiro repassado na sequência, em malas e mochilas, a um primo do grão-duque do tucanato.
Num país lógico, os senadores não se atreveriam a arquivar acusações de corrupção sem um exame criterioso. Até para arquivar, é preciso saber do que se trata. Mas se o Senado fosse feito de lógica, faltaria material.
Costuma-se dizer que o brasileiro não tem memória. No caso dos senadores, o problema é outro: falta-lhes um mínimo de curiosidade. Com seu descaso, os membros do Conselho de Ética (?!?) injetaram troça no escândalo.
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