Dilma tira sarro de Temer: ‘A história se repete’
Dilma Rousseff enxerga em Rodrigo Maia uma reedição de Michel Temer. Nesta sexta-feira, desperdiçou parte do seu tempo ocioso de ex-presidente para ironizar o sucessor. Ela regurgitou uma carta que Temer lhe atravessara na traqueia em dezembro de 2015, quando trocou a condição de "vice decorativo" pela posição de pretendente ao trono.
A carta de rompimento de Temer tinha três páginas. O troco de Dilma ocupou duas notinhas no Twitter. Numa, madame evocou o velho Karl: "Desde Marx sabemos: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Golpe 2016: Tragédia. 2017: farsa das elites."
Noutra nota, Dilma tomou emprestado o latim do seu desafeto: "Em vez de carta, Twitter; 'verba volant scripta manent'!", anotou, repetindo a expressão usada por Temer para justificar o rompimento por escrito. Significa "as palavras voam, os escritos permanecem."
É uma pena que Dilma tenha reduzido sua vingança a poucos caracteres. Com mais espaço, poderia dizer meia dúvida de palavras sobre a gênese da encrenca que carcome a gestão de Temer. Seria divertido saber o que madame tem a dizer, por exemplo, sobre a violação praticada na Caixa Econômica Federal.
Foi no governo Dilma que Geddel Vieira Lima, preso há cinco dias, ganhou o cargo de vice-presidente da área que lidava com empresas na Caixa. Foi nessa época também que Eduardo Cunha nomeou um afilhado, Fábio Cleto, para a vice-presidência de loterias, FGTS e outras mumunhas. É lamentável que a "ex-presidenta" não tenha nada a dizer a respeito da pilhagem praticada sob o seu nariz.
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