Votar a denúncia contra Temer não é um problema do governo, declara Padilha
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) declarou que cabe à oposição, não ao Planalto, providenciar o quórum necessário à realização da sessão para votar a denúncia que acusa Michel Temer de corrupção. "Se eles não colocarem quórum não terá a votação", afirmou o ministro, em entrevista à Rádio Gaúcha. "Nós estamos esperando. O problema deixou de ser do governo. Nosso problema era, na Comissão de Constituição e Justiça, tirar um parecer que rejeitasse o pedido de recebimento da denúncia. Foi rejeitado. Agora, [no plenário] o problema é da oposição."
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para 2 de agosto a sessão para apreciar no plenário a denúncia em que a Procuradoria acusa Temer de corrupção. Exige-se a presença de no mínimo 342 deputados para iniciar os trabalhos. O governo já dispõe dos 172 aliados de que precisa para enterrar a denúncia. Mas não consegue abrir a sessão sem a ajuda da oposição. Que preferiu esvaziar o plenário, à espera de fatos novos que debilitem Temer.
Perguntou-se a Padilha se o governo não receia as delações do doleiro Lúcio Funaro e do ex-deputado Eduardo Cunha. "Nem tudo que o delator diz é verdade. Nós estamos vendo aí, por exemplo, a questão que se discutiu na CCJ", disse o auxiliar de Temer, atribuindo valor de veredicto à votação que rejeitou na Comissão de Constitui;ção e Justiça da Câmara o parecer favorável à aceitação da denúncia baseada na delação do empresário Joesley Batista contra Temer.
O governo tinha pressa em enterrar a denúncia. Agora, rendido às evidências de que lhe faltam forças para impor o quórum à oposição, Padilha dá meia-volta: "O tempo não joga contra nós. O tempo joga contra quem quer que aceite a denúncia. Eles que devem correr para, o mais rápido possível, colocarem quórum. Se eles não colocarem quórum não terá a votação."
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