Reforma da Previdência vira prioridade de gogó
Salvo da guilhotina pela Câmara, Michel Temer saiu do prazo de garantia. Não é mais o presidente reformista que prometia ser. E não tem ideia do que será. Na dúvida, esforça-se para demonstrar que ainda não saiu do prazo de validade. Neste domingo, realizou uma reunião cenográfica de trabalho, a primeira desde o sepultamento da denúncia que o acusa de corrupção. Foi até o Planalto. Mandou chamar a imprensa. E exibiu-se para as lentes. Queria passar para o empresariado, antes da abertura do mercado nesta segunda-feira, uma sensação de que sua preocupação ainda pode ser útil.
Sem os 308 votos de que precisa para aprovar emendas constitucionais, Temer mantém a prometida mexida na Previdência como um compromisso retórico, uma prioridade de gogó. Para não matar o tempo, combinou com os ministros presentes e com os presidentes da Câmara e do Senado —Rodrigo Maia e Eunício Oliveira— um esforço para elevar a arrecadação do Tesouro. Como? Revendo um Refis que instituiu parcelamento ruinoso de débitos tributários e reonerando a folha de empresas.
Quanto à reforma da Previdência, além de o governo não dispor de votos, os congressistas têm outra prioridade: aprovar o "bolsa eleição", fundo estatal que injetará cerca de R$ 4 bilhões em dinheiro do contribuinte no financiamento da campanha eleitoral de 2018.
Em conversa com o blog, um líder de partido governista comparou o governo Temer a um idoso em boa forma, mas com a memória fraca. O pior nesse tipo de velhice, disse o aliado de Temer, é que o velhinho dispõe de recursos e de uma lábia capaz de seduzir mulheres. Depois, ao chegar no quarto, não se lembra pra quê! Armado de cargos e verbas, Temer seduziu os 263 deputados que mantiveram sua cabeça sobre o pescoço. Agora, precisa responder: pra quê?
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