Temer pedirá a anulação da denúncia de Janot
Ao admitir que a descoberta de um fato "gravíssimo" pode levar à anulação da colaboração judicial de executivos da JBS, o procurador-geral da República Rodrigo Janot ofereceu matéria-prima à defesa de Michel Temer, o principal alvo de suas flechadas. Um auxiliar do presidente informou ao blog que, ao retornar da China, Temer deve autorizar seu advogado, Cláudio Mariz de Oliveira, a pedir a anulação da denúncia que o acusou de corrupção passiva.
De resto, Temer e seus operadores políticos e jurídicos farão um ajuste na estratégia concebida para enfrentar a segunda denúncia, que acusará o presidente da prática de pelo menos mais um crime: obstrução de Justiça. Até aqui, trabalhava-se para desqualificar a denúncia. Agora, pretende-se trombetear a tese segundo a qual Janot perdeu a credibilidade como acusador. O Planalto dirá que ele deveria transferir para sua sucessora, Raquel Dodge, a atribuição de avaliar a consistência do material obtido por meio da colaboração passível de anulação.
Como que antevendo a movimentação de Temer e Cia., Janot tentou vacinar-se na entrevista concedida na noite desta segunda-feira. Declarou que a provável anulação parcial ou total do acordo de delação da JBS não prejudica o trabalho da Procuradoria. Está em jogo, segundo o procurador-geral, o cancelamento de prêmios concedidos aos delatores, não a invalidação das provas.
A denúncia que Temer pedirá ao Supremo Tribunal Federal para anular já foi rejeitada pela Câmara dos Deputados. A decisão dos deputados, porém, não extingue o processo. Apenas impede a Suprema Corte de dar prosseguimento à investigação, que só poderá ser retomada depois do término do mandato do presidente. Daí o interesse pela anulação.
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