Votos tucanos anti-Temer não mudam, diz líder
Líder do PSDB na Câmara, o deputado Ricardo Trípoli (SP) prevê que sua bancada não deve alterar o comportamento na apreciação da segunda denúncia contra Michel Temer. Os 21 tucanos que votaram a favor da investigação sobre corrupção passiva manterão seus votos em relação à denúncia por formação de organização criminosa e obstrução de Justiça. "Não investigar uma denúncia dessas contra o presidente é a pior solução", disse Trípoli ao blog.
Para o líder tucano, se houver alteração no placar será em desfavor de Temer. "Na primeira votação, 22 deputados votaram contra a admissibilidade da denúncia. Hoje, teríamos no mínimo um empate, porque o deputado Eduardo Barbosa (MG), que votaria conosco, a favor da denúncia, tinha perdido a esposa um dia antes. Não conseguiu comparecer à sessão."
"Além disso, o governo está cada vez mais impopular", prosseguiu Trípoli. "Não sei se os deputados resistirão à pressão. As redes sociais estão muito ativas". O deputado afirmou, de resto, que receia que a Câmara se converta novamente num "mercado persa".
Outros dois deputados do PSDB, Daniel Coelho (PE) e Pedro Cunha Lima (PB), também avaliam que não haverá mudança de votos. Ambos votaram a favor da concessão de autorização da Câmara para que o Supremo Tribunal Federal investigasse Temer.
"Não vi ninguém manifestantdo o desejo de mudar de voto", disse Daniel. "Isso não acontece apenas no PSDB. Creio que deve mudar muito pouco o placar no plenário." Na primeira votação, Temer prevaleceu por 263 a 227 votos. Houve duas abstenções. Dezenove deputados não deram as caras. Para que a investigação fosse adiante, eram necessários pelo menos 342 votos. "Não creio em mudanças de voto", ecoa o deputado Pedro. "Quem votou pela investigação dificilmente mudará de posição."
O líder Trípoli repete agora um argumento que utilizou para justificar o voto anti-Temer na primeira denúncia. "No caso do impeachment da Dilma e da cassação do Eduardo Cunha, a Câmara julgou. Nas denúncias contra o Temer, cabe à Câmara apenas autorizar o Supremo Tribunal Federal a investigar o presidente. Se eu estivesse numa situação dessas, a primeira coisa que diria às autoridades seria o seguinte: por favor, me investiguem. E me dêem a oportunidade de defesa. Qualquer coisa diferente disso é absurdo."
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