Superávit fiscal só deve chegar no ano de 2021
O economista Mansueto Almeida, secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, condicionou o êxito do ajuste fiscal à evolução da conjuntura política. Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele realçou que o ajuste é gradual. E previu que o governo deve voltar a registrar superávit primário em suas contas apenas em 2021.
A manifestação de Mansueto, um dos principais auxiliares do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), chega um dia depois de Michel Temer ter declarado, na Assembléia Geral da ONU, o seguinte: "O Brasil atravessa momento de transformações decisivas. Com reformas estruturais, estamos superando uma crise econômica sem precedentes. Estamos resgatando o equilíbrio fiscal."
Mansueto não fez referência a Temer que, de volta a Brasília, terá de priorizar a tramitação legislativa da nova denúncia em que a Procuradoria o acusa de formação de organização criminosa e obstrução à Justiça. Fará isso em prejuízo da reforma da Previdência que, para desassossego de economistas como Mansueto, será novamente negligenciada pelo governo.
O assessor de Meirelles informou aos senadores que o Brasil não tinha uma sequência tão longa de déficits primários desde o início dos anos 1990. "O Brasil está numa sucessão de déficits primários que não acontece desde a Constituição" de 1988, afirmou. Daí a dificuldade para reverter rapidamente o crescimento da dívida pública.
"O Brasil, para o seu nível de desenvolvimento, tem a segunda maior dívida bruta (78,3% do PIB) entre os países emergentes (média de 47,3%)", afirmou Mansueto. "Ajuste fiscal é necessário. No nosso caso, ele já é muito gradual e a dívida pública ainda crescerá."
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