Aécio diz ter sido condenado antes de virar réu
Aécio Neves divulgou uma nota. No texto, comenta a decisão judicial que suspendeu seu mandato, confiscou seu passaporte e o proibiu de sair de casa à noite. Aécio disse ter recebido "a decisão proferida por três dos cinco ministros da Primeira Turma do STF como uma condenação sem que processo judicial tenha sido aberto." Realçou que não foi sequer "declarado réu e, o mais grave, sem que tenha tido acesso ao direito elementar de fazer sua defesa."
Sem mencionar os nomes de Joesley Batista e de Ricardo Saud, delatores da JBS, Aécio insinuou que a rescisão do acordo de colaboração judicial dos personagens que o entregaram desqualifica as provas que o Supremo utiliza. "As gravações consideradas como prova pelos três ministros foram feitas de forma planejada a forjar uma situação criminosa", diz a nota.
Aécio repete que precisava de dinheiro para custear gastos com advogados. Sustenta ter oferecido um apartamento da família para Joesley comprar. A nota repisa: "Usando dessa oportunidade, o delator ofereceu um empréstimo privado ao senador, sem envolver dinheiro público ou qualquer contrapartida, não incorrendo, assim, em propina ou outra ilicitude."
Aécio voltou a negar também que os R$ 2 milhões recebidos do delator Joesley decorressem de propina. Só não esclareceu por que desprezou nas suas transações financeiras com o dono da JBS a boa e velha TED, preferindo a transferência monetária via malas e mochilas.
TED, como se sabe, é a sigla de 'Transferência Eletrônica Disponível'. Trata-se de uma forma segura de transferir valores de uma conta bancária para outra. O beneficiário pode dispor do dinheiro no mesmo dia. Mas as filmagens da Polícia Federal revelaram que Aécio tem essa estranha predileção por uma forma mais primitiva de transferência de valores: o primo Frederico Pacheco.
Em sua nota, Aécio diz aguardar "serenamente que seus advogados tomem, dentro dos marcos legais, as providências necessárias a buscar reverter as medidas tomadas [pelo STF] sem amparo na Constituição." Torça-se para que os defensores do acusado consigam explicar, finalmente, as razões que levaram Aécio a trocar a TED pelo primo Frederico.
Vai abaixo a íntegra da nota:
O senador Aécio Neves entende a decisão proferida por três dos cinco ministros da 1ª Turma do STF como uma condenação sem que processo judicial tenha sido aberto. Portanto, sem que sequer ele tenha sido declarado réu e, o mais grave, sem que tenha tido acesso ao direito elementar de fazer sua defesa.
As gravações consideradas como prova pelos três ministros foram feitas de forma planejada a forjar uma situação criminosa. Os novos fatos vindos à tona comprovam a manipulação feita pelos delatores e confirmam que um apartamento da família colocado à venda foi oferecido a Joesley Batista para que o senador custeasse gastos de defesa.
Usando dessa oportunidade, o delator ofereceu um empréstimo privado ao senador, sem envolver dinheiro público ou qualquer contrapartida, não incorrendo, assim, em propina ou outra ilicitude.
O senador Aécio Neves aguarda serenamente que seus advogados tomem, dentro dos marcos legais, as providências necessárias a buscar reverter as medidas tomadas sem amparo na Constituição. E confia que terá restabelecido o mandato que lhe foi conferido por mais de 7 milhões de mineiros."
Assessoria do senador Aécio Neves
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