Caso da Camargo Corrêa não é um bom exemplo, mas oferece fantásticos avisos
O acordo de leniência firmado pela Camargo Corrêa com o Cade acomoda na entrada do ano eleitoral de 2018 um lixo que já poderia ter sido processado. Em 2009, a mesma Camargo Corrêa foi apanhada numa versão menor da Lava Jato. Chamava-se Operação Castelo de Areia. Foi anestesiada no STJ e sepultada no STF. Evidências de promiscuidade entre políticos e empresários foram reduzidas a tecnicalidades processuais.
Naquele ano de 2009, estava em evidência, por exemplo, um político chamado Micher Temer. Acabara de assumir a Presidência da Câmara pela terceira vez. O nome de Temer aparecia 21 vezes em planilhas apreendidas na casa de um executivo da construtora. Os papeis indicavam o repasse de US$ 345 mil entre 1996 e 1998. Temer declarou-se ofendidíssimo. E tudo foi enterrado sem investigação.
O tempo passou. Sobreveio a Lava Jato. Fracassaram as tentativas de intoxicar os processos de Curitiba. Os barões da própria Camargo Corrêa já amargaram condenações de Sergio Moro. Mas uma coisa não mudou: os larápios graúdos lutam para manter seus pescoços nos tribunais superiores. Ali, são mais valorizados não os advogados que conhecem as leis, mas os que têm acesso aos ouvidos dos magistrados, suscetíveis aos famosos embargos auriculares.
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