Aliados de Alckmin apontam 'jogo duplo' de Doria
Gente que apoia a pretensão presidencial de Geraldo Alckmin terminou a semana aconselhando o candidato do PSDB a tomar cuidado com o pupilo João Doria. Acusam-no de fazer "jogo duplo". Nessa versão, Doria concorre ao governo de São Paulo, mas promove uma manobra silenciosa para tentar substituir Alckmin na futura chapa do PSDB à sucessão presidencial.
Até a semana passada, vigorava no tucanato a sólida superstição de que Doria havia casado seu projeto estadual com o plano federal de Alckmin. Mas depois que o ex-prefeito paulistano encontrou-se com Michel Temer, na semana passada, disseminou-se na cúpula do PSDB a suspeita de que, no seu caso, a felicidade conjugal só é possível a três.
De repente, ganhou o noticiário a versão de que Doria teria discutido com Temer a hipótese de o PMDB apoiar Alckmin, indicando Henrique Meirelles para vice. Como parte do acordo, o presidente da Fiesp Paulo Skaf desistiria de disputar o Palácio dos Bandeirantes, anunciaria o apoio a Doria e comporia a chapa estadual como candidato ao Senado.
O problema é que chegou aos ouvidos de um par de grão-tucanos a informação de que um pedaço do PMDB deseja aliar-se ao PSDB desde que a candidatura de Alckmin seja trocada pela de Doria. Alega-se que, no momento, as pesquisas indicam que o afilhado tem mais votos do que seu padrinho político em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. Nessa construção, Doria viraria candidato à Presidência. E o tucanato apoiaria o peemedebista Skaf na corrida pelo governo paulista.
Um dos tucanos que passaram a olhar de esguelha para Doria disse ao blog que Alckmin não deu muito crédito ao falatório. O interlocutor ficou com a impressão de que o presidenciável tucano, hoje acomodado no cargo de presidente nacional do PSDB, avalia ter o controle da máquina partidária. Assim, ainda que desejasse, Doria não conseguiria aplicar-lhe uma rasteira.
De resto, Alckmin sinalizou a intenção de alargar o fosso invisível que o separa do governo de Michel Temer. Por duas razões. Primeiro, não cogita escolher Henrique Meirelles como candidato a vice-presidente na sua chapa. Prefere o ex-ministro da Educação Mendonça Filho, do DEM, ou o ex-tucano Alvaro Dias, hoje candidato ao Planalto pelo Podemos.
A segunda razão é que Alckmin não tem a intenção de enganchar sua candidatura à figura tóxica do presidente. De acordo com o Datafolha, 86% dos eleitores brasileiros informaram que não votariam num candidato apoiado por Temer.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.