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Josias de Souza

‘Coisa de governo fraco’, diz Maia sobre deliberação de usar Forças Armadas

Josias de Souza

26/05/2018 00h14

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o decreto editado por Michel Temer para autorizar o envolvimento das Forças Armadas no esforço para a liberação das estradas bloqueadas por caminhoneiros. "Isso é coisa típica de governo fraco", disse Maia ao blog na noite desta sexta-feira.

Pelo decreto de Temer, os militares vão agir em rodovias federais, estaduais e municipais a partir desta sexta-feira até o dia 4 de junho. Além de liberar as vias, poderão conduzir e escoltar veículos, para assegurar o transporte de produtos estratégicos —combustíveis, por exemplo.

"A decisão foi errada", declarou Rodrigo Maia. Para ele, o governo deveria se satisfazer com os termos da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A pedido da Advocacia-Geral da União, Moraes autorizou o uso de força no desbloqueio de estradas. Mas mencionou apenas três corporações: Polícia Rodoviária Federal, Polícias Militares e Forca Nacional de Segurança.

"Foi o que o governo pediu. E seria suficiente", avaliou Maia. "As Forças Armadas devem ser deixadas para o final, para situações extremas. Mas o presidente parece gostar do simbolismo."

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.