‘Meu vice deve ser um general’, afirma Bolsonaro
Candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro informou que pretende anunciar o nome do seu companheiro de chapa nesta quarta-feira. "Vai ser… deve ser um general", declarou o presidenciável do PSL em visita à Associação Comercial, Industrial e Agropecuária da cidade paulista de Registro. Embora Bolsonaro não tenha citado, o vice de sua preferência é o general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira, filiado ao nanico PRP. (assista abaixo)
O general Heleno, como é conhecido, ganhou notoriedade em 2004, quando assumiu, no governo Lula, o posto de comandante das Forças de Paz da ONU no Haiti. Ainda sob Lula, ele foi nomeado, em 2008, comandante militar da Amazônia. Hoje, dedica-se à elaboração do plano de segurança pública para um hipotético governo de Bolsonaro.
O anúncio de Bolsonaro chega nas pegadas de uma negociação frustrada com o PR. Dono da legenda, o ex-presidiário do mensalão Valdemar Costa Neto impôs exigências para entregar a Bolsonaro o tempo de TV do PR. Além de indicar o vice, queria que a parceria fosse estendida às eleições para deputado no Rio de Janeiro e em São Paulo. O PSL torceu o nariz.
Para complicar, o senador Magno Malta (PR-ES), apontado pelo próprio Bolsonaro como potencial número dois de sua chapa, preferiu disputar a reeleição para o Senado a tentar a sorte como vice. E a composição com o PR, nos termos exigidos por Valdemar, foi descartada nesta terça-feira, horas antes da visita de Bolsonaro ao município de Regristro.
Em discurso para comerciantes e agricultores de Registro, Bolsonaro cuidou de transformar limão em limonada. Disse que já dispõe do apoio de uma bancada de 110 parlamentares. "Estão conosco para governar o Brasil a partir do ano que vem sem o toma-lá-dá-cá", declarou, como se um surto de altruísmo tivesse se abatido sobre o Congresso.
Alfinetou os jornalistas ao afirmar que "a imprensa [veicula] o tempo todo: 'Esse cara vai jogar o Brasil no caos, não vai ter governabilidade porque ele não quer negociar com o Parlamento." Estalando de pureza moral depois de entabular negociações com o mensaleiro Valdemar, Bolsonaro acrescentou: "Pra negociar com o Parlamento e fazer a mesma coisa, estou fora. Não tenho obsessão pelo poder. Ou eu chego lá numa boa ou não chego."
Foi nesse ponto que o candidato emendou: "Talvez amanhã anuncie o meu vice. Vai ser…, deve ser um general." Anteciopando-se às críticas, produziu uma caricatura sonora do que imagina ouvir da imprensa e dos adversários: "Oh, o cara quer a ditadura, militarizar." Bolsonaro respondeu aos ataques que ainda não foram feitos: "Quero um cara de responsabilidade do meu lado."
Num instante em que adversários como Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) gastam litros de saliva para tentar seduzir aliados, Bolsonaro cavalga o desagaste da classe política, dando de ombros para os seus cinco mandatos como deputado federal: "Chega desses babanas, que compõe para ganhar tempo de televisão […]. E continuar metendo a mão, afundando e roubando o nosso Brasil."
– Atualização feita às 11h06 desta quarta-feira (18): O general Augusto Heleno informou que não poderá ser candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro. Seu partido, o PRP, desautorizou.
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