Meirelles empurra Temer para o colo de Alckmin
Henrique Meirelles conviveu durante dois anos com a podridão do governo de Michel Temer. Jamais se queixou. Na campanha presidencial, passou a fazer cara de nojo. Ensaiou um sorriso ao ler na Folha uma entrevista do ex-chefe. Nela, ao comentar a debandada dos partidos governistas para o ninho tucano, Temer declarou: "Se você dissesse: 'Quem o governo apoia?'. Parece que é o Geraldo Alckmin, né? Os partidos que deram sustentação ao governo, inclusive o PSDB, estão com ele".
Em condições normais, a infidelidade do padrinho deixaria Meirelles furioso. Mas a radioatividade de Temer derreteu a animosidade do ex-ministro da Fazenda, que soou compreensivo: "O presidente tem as suas preferências. As pessoas entendem que seria até favorável a mim. (…) É absolutamente normal. O presidente Temer tem as suas preferências e sua dinâmica pessoal. Ele exprime exatamente o que ele prefere do ponto de vista dele". Mais um pouco e Meirelles faria o sinal da cruz com os dedos, exclamando para Temer: "Vade retro!"
Um repórter perguntou a Meirelles se ele está aliviado. "É você quem está falando isso", balbuciou Meirelles, abrindo um sorriso. Temer havia apoiado o lançamento da candidatura de Meirelles porque queria na campanha alguém que o defendesse dos ataques. Deu errado. A aversão do ex-ministro expõe o tamanho real do presidente. Em final de mandato, as portas já não se abrem automaticamente na frente de Temer. Mas a fuga de Meirelles indica que isso logo deixará de ser um problema. Temer não precisará que lhe virem a maçaneta. Passará por baixo da porta.
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