Estrelas da eleição são Lula e os sem-candidato
Na primeira pesquisa do Ibope depois da exclusão dos figurantes do elenco de presidenciáveis, Lula manteve sua condição de protagonista. A tática da vitimização vitaminou a liderança do pajé do PT, guindando sua taxa de intenção de votos para 37%. Inelegível, Lula não poderá usufruir pessoalmente desse patrimônio eleitoral. Mas, no momento, os rumos de 2018 passam pela cadeia de Curitiba.
Consumado o veto do TSE a Lula, o candidato-fantasma dividirá o centro do palco com outra estrela da sucessão: o MSC, movimento dos sem-candidato. Juntos, os eleitores que declaram a intenção de anular o voto ou votar em branco (29%) e aqueles que não informam o nome de sua preferência (9%), reúnem 38% do eleitorado. É mais do que a soma dos dois primeiros colocados no cenário sem Lula: Bolsonaro (20%) e Marina (12%). Esse contingente tem potencial para alterar os rumos da eleição.
De resto, os dados do Ibope revelam que, a escassos 48 dias da eleição, ainda não há no palco um favorito. A campanha já virou assunto nas mesas de boteco. Mas ninguém conseguiu vestir o cobiçado figurino de favorito. Bolsonaro ultrapassou os limites da corporação militar. Contudo, não disparou. Por quê? É o campeão da rejeição: 37% do eleitorado afirmam que jamais votariam no capitão.
Marina está aquém do desempenho de 2014, ainda embolada com Ciro. Alckmin, mais atrás, rumina a expectativa de crescer depois que puder usufruir, a partir de 31 de agosto, do tempo de propaganda eleitoral engordado com a banha tóxica do centrão.
Sem Lula, Haddad aparece com magros 4%, na vizinhança de Alvaro Dias (3%). A lógica indica que o petista tomará o elevador depois que Lula, já na pele de ex-candidato, adotá-lo como seu novo poste —14% dos eleitores dizem que poderiam votar em Haddad se Lula pedisse; 13% afirmam que votariam nele com certeza.
Quer dizer: passados os primeiros debates, as primeiras sabatinas e entrevistas, o jogo continua absolutamente aberto.
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