PSDB suspende vereador pró-Bolsonaro em SP
O diretório do PSDB em São Paulo abriu um procedimento disciplinar contra o vereador tucano Mauro Neves, do município de Presidente Prudente. Acusa-o de infidelidade partidária. Suspendeu-lhe a filiação e concedeu-lhe prazo de cinco dias para que explique uma declaração de voto no presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL.
Policial militar, Mauro Neves encontrou-se na semana passada com Bolsonaro, que visitou várias cidades do interior paulista. Caminhou com o rival do tucano Geraldo Alckmin pelo centro de Presidente Prudente. Disse à reportagem do Estadão:
"Nunca escondi [o apoio a Bolsonaro] e, se acharem que devem me punir por isso, não terei o que fazer. Sou tenente da PM e, na corporação, a rejeição [à candidatura de Alckmin] é muito grande." Ironicamente, o vereador mantém o apoio a João Doria, que disputa o governo de São Paulo pelo PSDB.
A infidelidade de Mauro Neves pode resultar na expulsão dele dos quadros do PSDB. Por ora, o vereador é o único defensor da chapa híbrida 'Bolsodoria' a ser importunado pelo PSDB. Algo que o transforma numa espécie de boi de piranha —aquele bicho que é jogado no rio para ser comido, enquanto o resto da manada escapa.
Também na semana passada, na mesma incursão pelo interior de São Paulo, Bolsonaro foi festejado pelo prefeito tucano da cidade de Glicério, Ildo de Souza, o Ildo Gaúcho. O tucanato poupou o prefeito sob a alegação de que ele não declarou que vota em Bolsonaro.
De fato, Ildo Gaúcho não utilizou o vocábulo "voto". Ele apenas subiu no palanque de Bolsonaro, discursou em sua homenagem, permitiu que ele desfilasse sua candidatura na sede da prefeitura… E ainda criticou a aliança de Alckmin com centrão: "Cada um faz suas escolhas e coligações, mas depois colhe os votos do que plantou".
Se o PSDB fizer da punição dos filiados que flertam com Bolsonaro um cavalo de batalha, arrisca-se a promover um morticínio de tucanos. E o massacre pode ser inútil, pois o problema vem de fora para dentro: em São Paulo, Estado em que a hegemonia tucana dura mais de duas décadas, Bolsonaro amealhou 21% das intenções de voto no Datafolha, contra 18% atribuídos a Alckmin.
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