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Josias de Souza

Geraldo Alckmin mostra que pior cego é o surdo

Josias de Souza

24/09/2018 19h25

Não se fala em outra coisa ao redor de Geraldo Alckmin: avança no tucanato de São Paulo uma aliança informal em favor do voto híbrido Bolsodoria —o capitão Jair Bolsonaro para o Planalto e o tucano João Doria para o Palácio dos Bandeirantes. Padrinho político de Doria, Alckmin se faz de desentendindo: "Não tenho nenhuma informação a esse respeito. Tem muito 'fake news'. Estive ontem com o João Doria, num grande comício no Ibirapuera."

Até bem pouco, dizia-se que Alckmin tinha dificuldades para encontrar soluções que levassem à decolagem de sua candidatura. Hoje, percebe-se que o presidenciável tucano já não consegue enxergar nem mesmo o problema. Os alertas sobre Doria e outros silvérios chegam aos ouvidos de Alckmin há tempos. Ao simular desconhecimento, Alckmin reforça a impressão de que, em política, o pior cego é o surdo, que se recusa a ouvir.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.