Haddad falando de exotismo é cúmulo do exótico
Em conversa com repórteres, nesta segunda-feira, o presidenciável petista Fernando Haddad queixou-se dos exostismos que marcam a eleição de 2018. Afirmou que a democracia brasileira "está sendo ameaçada diariamente com suposições" —ora os questionamentos à confiabilidade das urnas eletrônicas, ora insinuações de que o resultado da eleição pode ser contestado.
"O mundo está observando o Brasil com muito cuidado em função desses movimentos exóticos, estranhos à tradição que consolidamos depois da redemocratização", disse Haddad. Uma repórter quis saber se o propósito era o de "bater em Jair Bolsonaro", que já insinuou que o PT só retornaria ao Planalto mediante "fraude eleitoral". E o candidato: "Aí é você que está fazendo a sugestão, porque está lendo o mesmo noticiário que eu".
De fato, a campanha está espantosamente exótica. O PT e Haddad ainda não se deram conta. Mas fazem parte da esquisitice. O petista conversou com os repórteres defronte da sede da Polícia Federal em Curitiba. Pela segunda semana consecutiva, foi receber instruções de Lula, com quem se reuniu na cela por três horas.
Um candidato-poste, vice-líder nas pesquisas, falando de exotismo eleitoral na porta da cadeia depois de ser orientado pelo padrinho-presidiário é o cúmulo do exótico. Considerando-se que seu principal rival se mantém no topo das sondagens eleitorais mesmo estando hospitalizado depois de receber uma facada, conclui-se que o exótico adquiriu uma doce, persuasiva, admirável naturalidade. O eleitor brasileiro suprimiu dos seus hábitos o ponto de exclamação.
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