Munição de Bolsonaro no 2º turno virá de Lula
Embalado pelo crescimento no Datafolha e no Ibope, Jair Bolsonaro já prepara o roteiro para a fase final da eleição. Refere-se ao segundo turno no condicional. "Se houver…" , ele passou a dizer. Celebra o fato de que cada candidato terá o mesmo tempo no horário eleitoral. Um dos aliados do capitão disse ao blog que parte do roteiro a ser levado ao ar por Bolsonaro na TV e no rádio foi escrito por Lula. "Usaremos munição fornecida pelo inimigo", ironizou.
Enquanto Fernando Haddad classifica seu padrinho como "perseguido político", Bolsonaro recordará que o mensalão e o petrolão nasceram na administração de Lula. Como contraponto ao slogan do PT, que promete um "Brasil feliz de novo", Bolsonaro jogará no colo de Haddad algo que o PT mantém no armário: a ruína econômica de Dilma Rousseff, a "gerentona" de Lula.
Na fase do mano a mano, o comitê de Bolsonaro tratará Haddad como um outro nome para o indulto de Lula, cuja prisão fará aniversário de seis meses neste domingo, dia da eleição. Hoje, o capitão dispõe de 8 segundos no rádio e na TV. Passará a usufruir de 600 segundos (pode me chamar de dez minutos)— um salto de 7.400%. Pelo menos um terço do tempo deve ser dedicado ao "roteiro do Lula".
Mantido esse script, o segundo turno tende a virar a potencialização de um plebiscito em que o eleitor decidirá se o PT deve ou não voltar ao Planalto. Pode-se afirmar desde logo, com algum grau de certeza, que Lula fará o próximo presidente da República. Se não eleger Haddad, enviará Bolsonaro ao Planalto.
No momento, reina o pessimismo na monarquia carcerária de Curitiba. Após uma semana em que Lula discutira com Haddad a hipótese de antecipar o anúncio do próximo ministro da Fazenda, o petismo assiste ao avanço da infantaria de Bolsonaro sobre redutos tradicionais da estrela vermelha. Entre eles a região Nordeste. Na reta final do primeiro turno, só uma coisa sobe na planilha do candidato petista: o índice de rejeição (41% no Datafolha, 38% no Ibope).
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