Eleitor chutou o balde, falta a drenagem da lama
Desde que os políticos brasileiros deflagraram um movimento suprapartidário de blindagem de corruptos e manutenção de privilégios, esperava-se pelo sinal de que o fim estava próximo. Aguardava-se pelo fato que levaria todos a exclamar: "Finalmente!" O dia chegou.
A data de 7 de outubro de 2018 será lembrada nos livros de história como o dia em que o eleitor brasileiro chutou o balde de lama. De olhos fechados para todos os recados emitidos pelas ruas nos últimos cinco anos, a política tradicional do Brasil teve a grandeza da vista curta, a beleza dos interesses mesquinhos, a sabedoria das toupeiras e o apetite dos roedores. Os políticos se apaixonaram incondicionalmente pelo caos. Foram 100% correspondidos pelas urnas desta histórica eleição de 2018.
Quando alguém chuta um balde de lama, o resultado é feio de se ver. Temos um país trincado, prestes a escolher um presidente pela rejeição, não pela preferência. Temos também um Congresso diferente que muitos duvidam que será melhor. Mas temos algo transcende a tudo: o eleitor brasileiro ressuscitou. E ao renascer se deu conta de que a indignação pode ser melhor do que a indiferença. Pode dar errado, como tudo na vida. Mas o voto será um extraordinário corretivo.
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