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Josias de Souza

Gleisi lamenta nanismo da frente anti-Bolsonaro

Josias de Souza

16/10/2018 04h08

Sob o impacto da nova pesquisa do Ibope, que apontou vantagem de 18 pontos de Jair Bolsonaro sobre Fernando Haddad, a presidente do PT lamentou a baixa adesão à ideia de formar uma "frente democrática" contra o capitão. Gleisi Hoffmann manifestou-se sobre o tema em nota veiculada na noite desta segunda-feira (15), no Twitter. Afirmou que o PT não se omitiria se o adversário de Bolsonaro fosse outro.

"Se o PT não estivesse no segundo turno, apoiaria o adversário do deputado Bolsonaro", escreveu Gleisi, "porque ele não vai promover a democracia no país. Esperávamos que isso fosse um movimento natural e estou vendo que não é. Adiante, a história avaliará a todos nós."

No primeiro turno, quando o companheiro Jaques Wagner sugeriu que uma chapa Ciro-Haddad poderia ser mais competitiva, Gleisi declarou que o nome de Ciro Gomes não seria aceito pelo PT "nem com reza brava." Agora, Ciro está na Europa e seu irmão Cid Gomes afirma que o PT vai perder a eleição.

O blog ouviu um dirigente do PDT e outro do PSDB sobre as palavras de Gleisi. O pedetista duvidou da tese segundo a qual o PT apoiaria qualquer outro candidato num mata-mata contra Bolsonaro. "Os petistas têm muitas qualidades. Mas a generosidade não é uma delas." O tucano foi mais enfático: "Se o Geraldo (Alckmin) estivesse no segundo turno, a chance de o PT apoiar seria zero. Todos dão estamos contra Bolsonaro. O difícil é ficar a favor dos erros do PT."

Mais cedo, Gleisi ironizou a cobrança generalizada por um mea-culpa do PT. Disse que o partido não pode pedir desculpas por ter chegado ao segundo turno.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.