Perda da Defesa desaponta a cúpula da Marinha
Ao indicar o general Fernando Azevedo e Silva para o Ministério da Defesa, Jair Bolsonaro decepcionou a cúpula da Marinha, que esperava ver acomodado no posto o comandante da força, almirante Eduardo Bacellar Leal. Ironicamente, a expectativa da Marinha nascera de uma movimentação do próprio gabinete de transição. Em conversas com seu vice, o general Hamilton Mourão, Bolsonaro cogitara usar a pasta da Defesa para equilibrar a representação das três armas na Esplanada.
Afora Bolsonaro e Mourão, ambos egressos do Exército, serão alçados ao primeiro escalão do novo governo três generais: Azevedo e Silva (Defesa) Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Oswaldo Ferreira (a ser designado para uma pasta na área da infraestrutura). A Aeronáutica está simbolicamente representada pelo astronauta Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), tenente-coronel da Força Aérea Brasileira.
Bolsonaro poderia surpreender a plateia nomeando um civil para a Defesa, como vinha acontecendo desde a criação da pasta, sob Fernando Henrique Cardoso. Mas a presença de um militar nesse ministério era um compromisso de campanha. E Michel Temer já havia quebrado a tradição ao confiar o comando da Defesa ao general Silva e Luna.
Nesse contexto, o erro do gabinete de transição foi o atiçar a Marinha. O episódio desce à crônica das composições de governo como um caso raro de autossuficiência. Bolsonaro descartou a opção civil, ele mesmo alimentou o sonho da Marinha, ele mesmo submeteu-se à pressão do Exército, ele mesmo frustrou os marinheiros ao optar por um general. Para sorte do capitão, a disciplina dos marinheiros mantém as queixas represadas.
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