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Josias de Souza

Dodge diz que Temer recebeu propina da Odebrecht, não caixa dois eleitoral

Josias de Souza

03/12/2018 20h31

Em manifestação encaminhada ao ministro Edson Fachin, do Supremo, a procuradora-geral da República Raquel Dodge classificou como propinas os pagamentos que a Odebrecht fez por baixo da mesa para Michel Temer e seus aliados. Pediu ao relator da Lava Jato que reveja sua decisão de enviar o caso para a Justiça Eleitoral, pois o crime cometido é o de corrupção, não o de caixa dois eleitoral, sujeito a penas mais brandas.

O processo contra Temer está retido no Supremo à espera do término de sua passagem pelo Planalto. Fachin enviara a encrenca para o escaninho das pendências eleitorais a pedido das defesas de dois amigos e ministros do atual presidente que estão enrolados no mesmo processo: Moreira Franco (Minas e Energia) e Eliseu Padilha (Casa Civil). Ambos alegaram que tudo não passou de contribuição eleitoral.

A Odebrecht entregou a Temer e seu grupo R$ 14 milhões. Desse total, R$ 10 milhões foram negociados em 2014 num jantar oferecido a Marcelo Odebrecht no Palácio do Jaburu, residência oficial do então vice-presidente de Dilma Rousseff. Delatores informaram que os recursos saíram do departamento de propinas da Odebrecht. Dodge sustenta que as investigações demonstraram tratar-se de contrapartida da empreiteira às vantagens ilegais que obteve sob Temer.

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.