Morto, sistema político mantém código de barras
O brasileiro que gosta de se manter informado encontrou três personagens ilustres pendurados de ponta-cabeça nas manchetes das últimas horas: Aécio Nerves, ex-presidenciável; Lula, ex-presidente; e Jair Bolsonaro, futuro presidente. Os casos em que os três estão enredados são diferentes. Mas as histórias têm um elemento em comum: o código de barras.
Junto com outros parlamentares, amigos e familiares, Aécio teve suas residências vasculhadas em batidas da Polícia Federal. Coisa autorizada pelo Supremo. Investiga-se o recebimento de R$ 110 milhões em propinas da J&F. Lula, preso em Curitiba, foi alvejado pela Procuradoria. Em alegações finais anexadas ao processo sobre o sítio de Atibaia, a força-tarefa da Lava Jato pede nova condenação por corrupção. Acusa-o de receber R$ 155 milhões em vantagens ilegais. A sentença pode sair no primeiro trimestre do ano que vem.
Bolsonaro meteu-se num bololô 100% feito de ingredientes tóxicos: 1) a movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão na conta de um ex-motorista do primeiro-filho Flávio Bolsonaro; 2) um repasse esquisito de R$ 24 mil para a conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro; 3) explicações duras de roer de um marido-presidente que acaba de ser eleito por 57 milhões de brasileiros para colocar o país em pratos limpos.
Esse comportamento de risco e a tendência à autodesmoralização produziram uma má notícia e outra péssima. A má notícia é que o sistema político brasileiro cometeu suicídio. O eleitorado depositou sobre as urnas de outubro a última pá de cal. A péssima notícia é que tudo indica que o modelo político do Brasil, morto e enterrado, não foi para o céu. Nas profundezas, a democracia brasileira continua ostentando o velho código de barras.
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