Bolsonaro sinaliza abandono do Acordo de Paris
Em transmissão ao vivo pela internet, Jair Bolsonaro informou na noite desta quarta-feira que seu governo irá propor "mudanças no Acordo de Paris". E deixou claro qual será o passo seguinte: "Se não mudar, sai fora." Sem citar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que também torce o nariz para o acordo climático, Bolsonaro insinuou que o Brasil estará em boa companhia:
"Quantos países não assinaram esse acordo? Muitos países importantes não assinaram. Outros saíram. Por que o Brasil tem que dar uma de politicamente correto e permanecer num acordo possivelmente danoso à nossa soberania? Nossa soberania jamais estará em jogo."
Bolsonaro declarou que, pelas informações de que dispõe, uma das exigências do acordo prevê que o Brasil terá de providenciar o reflorestamento de uma área maior do que o Estado do Rio de Janeiro até 2030. "Não temos como cumprir uma exigência dessas", disse o capitão.
Para Bolsonaro, não basta assinar "porque é bonito". É preciso levar em conta as sanções. Numa evidência de que enxerga fantasmas onde eles não existem, o presidente eleito insinuou que, no limite, o território brasileiro pode ser invadido:
"…As sanções vêm aí. Num primeiro momento, sanções políticas. Num segundo momento, sanção econômica. Num terceiro momento, sanção de força. Não podemos colocar em risco a nossa soberania nacional, parte do nosso território."
Ecoando o futuro chanceler Ernesto Araújo, Bolsonaro tomou distância do Pacto Global de Migração, que acaba de ser endossado pelo governo de Michel Temer. Embora reconheça que "todos somos imigrantes no Brasil", o descendente de italianos Bolsonaro acha que "não podemos escancarar as portas para [quem quiser] vir numa boa." Ficou entendido que, encerrada a gestão Temer, em janeiro, o Brasil renegará o pacto que acaba de rubricar.
Bolsonaro mencionou a conveniência de evitar a chegada de pessoas com a "cultura totalmente diferente da nossa". A pretexto de oferecer exemplos, disse coisas assim: "Não podemos admitir, aqui, começar a chegar gente de uma determinada cultura e querer casar com as nossas filhas e netas de dez, onze, doze anos de idade, porque isso é a cultura deles."Ou assim: "Não queremos também gente aqui que não respeite religião. Respeitamos todas as religiões."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.