Otimismo pré-posse pode ser bastante efêmero
A primeira pesquisa pós-eleitoral, feita pelo Ibope, trouxe boas notícias para Jair Bolsonaro. A principal delas é que 64% dos brasileiros estão otimistas em relação ao governo que o capitão fará. Acham que será um governo ótimo ou bom. Considerando-se que Bolsonaro foi eleito com 55% dos votos válidos, houve, por assim dizer, um reforço de sua base social. Até brasileiros que não votaram nele decidiram dar um voto de confiança.
Outra notícia alvissareira para Bolsonaro é que 75% dos entrevistados, informados sobre o trabalho do escritório de transição, acreditam que o presidente eleito e sua equipe estão no caminho certo. De resto, pode-se dizer que os temas que mais inquietam os brasileiros estão sendo tratados por Bolsonaro. Pela ordem em que aparecem na pesquisa, esses temas são: saúde, desemprego, corrupção, segurança pública e educação.
Aqui terminam as boas notícias. A má notícia é que esse tipo de otimismo, comum em períodos que antecedem a posse de um novo governo, pode ser efêmero se o eleito não apresentar resultados palpáveis em prazo razoável. Algo que possa ser percebido já no primeiro ano de mandato.
Se você reparar direito, o brasileiro não tem razões para ser pessimista. Escolas e hospitais estão em frangalhos, possibilidade ideal para um reaparelhamento. Há na praça quase 12 milhões de desempregados, uma oportunidade para que recuperem o contracheque. A corrupção ainda pulsa, uma chance única para que o próprio Bolsonaro coloque em pratos limpos o dinheiro que sua mulher recebeu da conta bancária atípica do ex-assessor do filho. A segurança é inexistente, o que permite que passe a existir.
O caos transformou o Brasil num pedaço ideal do mapa para o surgimento de algo absolutamente novo. Daí o otimismo. O que o Ibope não esclarece é se Bolsonaro, que traz Messias no sobrenome, já aprendeu a fazer milagres.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.