Aliados são principais adversários de Bolsonaro
No próximo dia 2 de janeiro, passadas as festividades da posse, começa o governo de Jair Bolsonaro. O início da nova gestão será marcado por duas peculiaridades. A oposição está estilhaçada, eis o primeiro traço particular da atual conjuntura política. A segunda particularidade é complementar à primeira: com as forças rivais fragmentadas, os aliados de Bolsonaro assumem, paradoxalmente, a posição de principais adversários do novo presidente.
Em condições normais, o Partido dos Trabalhadores seria um opositor duro de roer nesta largada do governo do capitão. Mas o PT tem outras três prioridades: Lula, Lula e Lula. Enrolado na bandeira do Lula Livre, o partido afugenta até velhos aliados no Congresso. O PSDB que, em tese, poderia se opor a Bolsonaro, está dividido. Um pedaço do tucanato apodrece junto com Aécio Neves. Outra ala, agarrada a João Doria, toma o atalho da direita, que conduz ao colo de Bolsonaro.
Rodeado de inimigos frágeis, Bolsonaro convive com fortes adversários cordiais. São familiares e amigos que se dedicam a demonstrar o seu potencial destrutivo. No pelotão de frente estão os filhos do presidente: Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. Os três têm mandatos eletivos, influência junto ao pai e disposição para produzir encrencas. Fornecem ministros precários, assessores atípicos e ofensas típicas.
Além de lidar com os membros de sua própria dinastia, Bolsonaro administra os humores do general Hamilton Mourão, um vice que pode virar versa; e toureia as primeiras reivindicações de seus aliados temáticos, como o pedido da bancada ruralista envolvendo a anistia de uma dívida de R$ 17 bilhões com o Funrural. De resto, líderes de partidos amigos, que julgam ter recebido de Bolsonaro menos atenção do que merecem, aguardam na curva pelos erros do capitão. Com aliados assim, o novo presidente dispensa adversários.
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