Agarrado a militares, Maduro apodreceu no cargo
A Venezuela deixou de ser, momentaneamente, uma nação. Tornou-se um grande centro terapêutico. Dedica-se no momento a tratar da loucura do seu ditador. Nicolás Maduro apodreceu no cargo. Mas sua neurose o leva a crer que ainda preside. O surto é mais maníaco do que depressivo.
Parte da cúpula militar da Venezuela, beneficiada por privilégio$ inauditos, continua batendo palmas para o maluco dançar. A restauração da sanidade depende da interrupção desses aplausos.
A maioria dos venezualenos e um pedaço notável da comunidade internacional já desligaram Maduro da tomada. O presidente da Assembléia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino do hospício.
Resta agora saber o que farão os militares. Se concordarem em vestir uma camisa de força em Maduro, o jogo estará jogado. Se optarem por manter a engrenagem repressora, a maluquice ganhará alguma sobrevida.
Na melhor das hipóteses, Guaidó consegue negociar uma transição com os militares. Algo que passa pela eventual anistia de crimes como tortura de opositores e assassinato de manifestantes. Na pior das hipóteses, os militares fincam o pé e as ruas tocam fogo no centro terapêutico.
A Venezuela já havia sido tomada por um surto de protestos em 2017. Mas a máquina repressora do Estado moeu o ânimo dos manifestantes. Estima-se que militares e milicianos pró-Maduro tenham passado nas armas mais de 140 revoltosos. As detenções são contadas na casa dos milhares.
A repressão resultou em apatia. Sobrevieram o derretimento da economia, o êxodo de patrícios famintos, a fraude eleitoral e a petulância de Maduro de tomar posse em 10 de janeiro para um segundo mandato. Tudo isso devolveu os venezuelanos ao meio-fio.
As ruas já não parecem dispostas a voltar bovinamente para casa. A demência de Maduro entrou em sua fase terminal.
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