Flávio vira elo entre Renan e a gestão do seu pai
Em política, o "novo" às vezes é uma coisa muito antiga. Veja o exemplo do capitão Jair Bolsonaro e do coronel Renan Calheiros. Um, após permanecer na Câmara como obscuro um deputado por 28 anos, chegou ao Planalto cavalgando uma pose de novidade. Outro, após presidir o Senado quatro vezes, reivindica novamente a poltrona apresentando-se como um novo Renan, supostamente diferente daquele senador radioativo que todos conheciam, crivado de processos criminais.
Bolsonaro e Renan pareciam personagens irreconciliáveis. De repente, surgiu um elo capaz de aproximá-los. Chama-se Flávio Bolsonaro. Há três meses, o filho mais velho do capitão, eleito senador, dizia sobre o coronel alagoano o seguinte: "Não há a menor condição de apoiar Renan Calheiros para a presidência do Senado". Agora, questionado sobre a hipótese de vitória de Renan, Flávio prefere dizer que todos os candidatos ao comando do Senado estão sintonizados com a pauta da gestão do seu pai.
A exemplo do capitão e do coronel, o primogênito também virou um novo velho personagem da política. Deve-se a metamorfose ao Coaf, que flagrou a movimentação bancária suspeita de Flávio Bolsonaro e do ex-assessor Fabrício Queiroz. O "novo" Renan, PhD em transgressões éticas, afirma que o caso do filho do presidente da República não é coisa para ser levada ao Conselho de Ética do Senado. E Flávio parece agarrar-se a um raciocínio do velho Ulysses Guimarães, que continua novo mesmo depois de morto.
Ulysses ensinava: "Em política, você não pode estar tão próximo que amanhã não possa estar distante, nem tão distante que amanhã não possa se aproximar." Em apuros, Flávio Bolsonaro encurta a distância que o separava de Renan. E o coronel de Alagoas, reeleito numa campanha em que grudou sua imagem à de Lula, aproxima-se do governo do capitão eleito presidente graças ao antipetismo. Em política, não há dúvida, o novo às vezes é muito parecido com pão dormido.
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