Mourão incomoda Planalto ao falar sobre Flávio
Na primeira hora do primeiro dia de trabalho depois das férias do Judiciário, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, indeferiu o recurso do senador Flávio Bolsonaro sobre o Caso Coaf. Não foi uma surpresa, pois Marco Aurélio já havia informado que recursos como esse do filho do presidente da República ele costuma enviar à lata do lixo. O que causou estranheza a auxiliares próximos de Jair Bolsonaro foi a leveza com que o vice-presidente Hamilton Mourão tratou do tema.
Indagado pelos jornalistas sobre a decisão de Marco Aurélio, o general Mourão disse meia dúzia de obviedades: "A Justiça faz o seu papel. Segue o baile", disse o general. Para ele, Marco Aurélio deve ter tomado a decisão que lhe pareceu mais "coerente e correta." É muito curioso que as considerações singelas de Mourão tenham ferido suscetibilidades ao redor de Jair Bolsonaro. Ora, o próprio presidente já havia declarado que, comprovando-se algum deslize, o filho teria de prestar contas.
Deve-se o melindre ao incômodo que a decisão de Marco Aurélio ateou no governo. Flávio Bolsonaro pediu três coisas: o foro especial do Supremo, o trancamento do processo e a anulação das provas. Obteve o oposto. O processo retornou aos trilhos, as provas sobre a movimentação bancária suspeita do senador e do seu ex-assessor Fábricio Queiroz continuam de pé e o filho do presidente da República ainda deve explicações ao Ministério Público do Rio de Janeiro.
O baile que o general Mourão constata que deve seguir inclui uma coreografia que envolve o próprio presidente. Enquanto o primeiro-filho sangra no Senado Federal, seu pai vê-se obrigado a providenciar explicações mais convincentes sobre o cheque de R$ 24 mil que o assessor Queiroz depositou na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. O baile tornou-se um outro nome para crise ética. A primeira crise ética a que se refere Mourão tornou-se um outro nome para crise ética. A primeira crise ética do governo de um presidente que fazia pose de paladino anticorrupção. Daí o incômodo com a loquacidade do vice-presidente.
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