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Josias de Souza

Caixa dois de Onyx vai para o Estado, mas constrangimento fica em Brasília

Josias de Souza

21/02/2019 19h12

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, enviou para a Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul a investigação preliminar aberta contra o ministro Onyx Lorenzoni. Apura-se se o chefe da Casa Civil cometeu o crime de caixa dois.

Onyx não é um debutante na matéria. Em 2017, ele admitira ter recebido R$ 100 mil por baixo da mesa, na campanha de 2014. Pediu desculpas. E seguiu em frente. No ano passado, delatores da JBS devolveram o ministro ao córner.

O ministro beliscou outros R$ 100 mil no caixa dois, disseram os delatores à Procuradoria-Geral da República. Dessa vez, o ministro não admitiu o malfeito. Foi essa apuração que Marco Aurélio remeteu para o braço gaúcho da Justiça Eleitoral.

A investigação desceu para o Estado de Onyx, mas o constrangimento permanece em Brasília. Único sobrevivente civil na equipe ministerial do Planalto, Onyx responde pela coordenação política do governo.

Nessa condição, suprema ironia, o ministro precisa zelar pela aprovação dos projetos que interessam ao governo no Congresso. Entre eles a proposta do colega Sergio Moro (Justiça) sobre a criminalização do caixa dois. Quer dizer: Agora vai!

Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.