Jair Bolsonaro caluniou país que deveria presidir
O caso do vídeo escatológico que Jair Bolsonaro veiculou na sua página oficial no Twitter é mais do que um mero atentado contra o bom gosto, o bom senso e o decoro. Ao afirmar que cenas como a do sujeito que manipula o ânus em público e recebe um banho de urina tornaram-se comuns no Carnaval de rua do Brasil, Bolsonaro entrou para a história como um caso único de presidente da República que comete calúnia e difamação contra o seu próprio país.
"Temos que expor a verdade para a população ter conhecimento", escreveu Bolsonaro na legenda do vídeo. "É isto que têm virado muitos blocos de rua no Carnaval brasileiro", ele completou. O que Bolsonaro disse, com outras palavras, foi o seguinte: "A obscenidade praticada por essas duas pessoas do vídeo é repetida Brasil afora por milhares de brasileiros. É comum." Ora, não é preciso gostar do Carnaval para saber que isso é uma mentira.
Comum mesmo nos blocos carnavalescos de 2019 foi a associação que os foliões fizeram de Bolsonaro com os candidatos laranjas do PSL e com Fabrício Queiroz, o personagem cítrico que azeda os humores da família presidencial. A irritação com a cor alaranjada das fantasias não dá a Bolsonaro o direito de levar o Carnaval às manchetes internacionais como uma grande festa popular em que os brasileiros saem às ruas para sambar e urinar uns sobre os outros.
A deseducação e a desinformação sempre fizeram parte da personalidade política de Bolsonaro. Mas a Presidência lhe deu uma tribuna vitaminada, que ele potencializou ao encostar o Planalto nas redes sociais. De um presidente, espera-se que aproveite esse palanque privilegiado para irradiar confiança e bons exemplos. Bolsonaro vem espalhando ódio e desinformação. Talvez devesse fazer uma concessão ao decoro. Do contrário, vai acabar agigantando o general Hamilton Mourão, conferindo à vice-presidência, pelo contraste, um conteúdo de inusitada moderação.
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