Carta da delação volta ao baralho de Paulo Preto
Operador de propinas do grão-tucanato de São Paulo, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, está assustado e transtornado. Assustou-se com o tamanho da pena que lhe foi imposta pela Justiça Federal paulista em condenação da última quarta-feira: 145 anos e 8 meses de cadeia. Transtornou-se com o pesadelo da filha Tariana Arana Souza Cremonini, sentenciada no mesmo processo a 24 anos e três meses de prisão. Emissário da família disse a pelo menos um integrante do alto comando do PSDB que as novidades devolveram a carta da delação ao baralho de Paulo Preto.
Personagem carimbado do álbum de figurinhas com potencial para carbonizar a biografia de figurões do PSDB, Paulo Preto foi engolfado por uma maré de azar. Sua rotina penal entrou naquela fase em que a quantidade de dificuldades é maior do que a capacidade dos seus protetores de fabricar facilidades. Passado na tranca pelo braço curitibano da Lava Jato, o ex-todo-poderoso gestor da Dersa ainda não conseguiu fazer rodar a chave do Supremo Tribunal Federal que o libertou em verões passados. Encarcerado na capital paranaense, ele acompanha à distância a evolução dos processos criminais que coleciona em São Paulo. Já foi condenado um par de vezes.
A ordem de prisão que arrastou Paulo Preto para Curitiba é questionada em recurso que aguarda por uma deliberação no gabinete do ministro Gilmar Mendes, do Supremo. A essa altura, ainda que Gilmar decidisse abrir a cela curitibana, o operador tucano não ganharia o meio-fio automaticamente. Em nova evidência de que uma urucubaca pousou na sua sorte, Paulo Preto ganhou uma segunda ordem de prisão. Foi expedida pela juíza Maria Isabel do Prado, aquela que condenou pai e filha em São Paulo.
Os alvos mais óbvios de uma eventual delação de Paulo Preto são o senador José Serra e o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira. Mas isso seria pouco. Se realmente quiser atrair procuradores para uma mesa de negociação, o operador terá de jogar outras plumas no ventilador.
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