Bolsonaro diz que dialogará com os partidos e retomará contatos com o povo

Após sofrer derrota acachapante no plenário da Câmara, Jair Bolsonaro recebeu na manhã desta quarta-feira o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Disse que receberá os presidentes e líderes de partidos que se dispõem a apoiar o governo no Legislativo. E planeja retomar o contato direto com a sociedade em viagens pelo país. Ouvido pelo blog, Caiado declarou: "Se tivesse que resumir a nossa conversa, diria o seguinte: Acabou o ciclo de crises."

Caiado acrescentou: "Ele vai sentar com presidentes e líderes dos partidos. Conversas individuais, um a um. Ele quer também participar de um conjunto de eventos nos Estados. Vai para a rua. Não terá o mesmo ritmo da campanha, mas ele está com a a saúde restabelecida e quer cumprir essa pauta de viagens."

Está mesmo convencido de que o presidente colocará freio nas crises?, perguntou o repórter ao governador goiano. E Caiado: "Não sou mais menino. Passei minha vida dentro do Congresso, o presidente também. Digo com sinceridade que meu sentimento é de que ele realmente vai partir para as conversas políticas. Quer explicar as coisas ao povo e ter o Congresso como aliado."

Ex-deputado e ex-senador, Caiado conviveu com Bolsonaro no Congresso. Os dois são amigos. Se dependesse exclusivamente da vontade do governador, seu partido, o DEM, já estaria formalmente integrado a uma coligação governista.

Caiado estava em Brasília desde o início da semana. Participou de reuniões políticas. Numa delas, discutiu a conjuntura com três colegas de partido, o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre.

O governador disse ter tratado com Bolsonaro exclusivamente de política. Evitou conversar sobre o resultado de votações específicas, como a que ocorreu na noite passada, na Câmara. Falou especificamente sobre a conveniência de estancar as crises.

"Se formos espremer, essas crises têm mais espuma do que conteúdo", disse. "O país está pronto para deslanchar. Não podemos perder uma oportunidade dessas. O governo está prestes a privatizar uma ferrovia que é o sonho de criança dos goianos e tocantinenses. O presidente me pareceu plenamente de acordo."