Bolsonaro recebe partidos que prometia ignorar
Em política, o problema dos rompimentos definitivos são as conciliações constrangedoras. Sob a ameaça de sofrer novas derrotas no Congresso e premido pela urgência de retirar a reforma da Previdência do caminho do brejo, Jair Bolsonaro se reunirá com dirigentes de partidos com os quais ele jurava que jamais negociaria. Fará por pressão o que não fez por opção.
No retorno de sua viagem a Israel, o capitão receberá os presidentes de legendas e os líderes no Congresso. A lista está repleta de prontuários. Inclui investigados, denunciados e réus. Entre eles os presidentes do MDB, Romero Jucá; do PP, Ciro Nogueira; do PSD, Gilberto Kassab; e do PRB, Marcos Pereira. Isento de investigação, apenas ACM Neto, do DEM.
O esforço esbarra em obstáculos prosaicos. O Planalto precisa incluir na fila o PSDB. Mas o presidente do partido, Geraldo Alckmin, já não apita nada no tucanato. Deseja-se chamar também o PR. Mas nesse caso, quem manda no partido não é o presidente formal, mas o seu dono, o ex-presidiário Valdemar Costa Neto. Quem quiser entender o que se passa deve ficar atento aos detalhes.
O governo já está com a barriga encostada no balcão. Mas ofereceu uma ração de verbas e cargos em porções incompatíveis com a fome dos potenciais aliados. Normalmente, o preço seria fechado no escurinho. Mas Bolsonaro exagerou na cara de nojo e na pose de representante da "nova política". Como castigo, foi arrastado para a vitrine. Na lógica do pacto demoníaco que rege as coalizões, ao receber a fina flor do fisiologismo o capitão ficará com a marca do Zorro na testa.
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