Tsunami de ações empurra Temer para o remorso
Se Michel Temer fosse um homem das cavernas e suspeitasse o que iria lhe acontecer, teria ficado escondido na gruta da vice-presidência quando Dilma Rousseff entrou em processo de autocombustão. Hoje, ao observar o tsunami de denúncias e ações penais que engolfam sua biografia, o ex-secretário de segurança, ex-deputado, ex-presidente da Câmara três vezes e ex-vice presidente arrepende-se de ter avacalhado o seu próprio destino.
Em dois momentos decisivos, o destino convidou Temer a resolver dilemas que tinham a simplicidade de um semáforo quando muda de verde para amarelo, intimando o sujeito a decidir se para ou avança. Quando Dilma ateou fogo à própria Presidência, Temer avançou. Chegou ao trono. Quando o delator Joesley Batista pediu para ser recebido à noite, no Alvorada, Temer avançou novamente. Trombou com um grampo que transformou o resto da sua existência num grande epílogo.
No momento, o desfecho existencial de Temer tem a aparência de um rompimento de barragem. A lama radioativa que Temer represou na fase final do seu governo engolfa sua biografia de forma avassaladora. Depois de ficar preso durante quatro dias, Temer virou réu em Brasília, no caso da mala com propina de R$ 500 mil; foi denunciado em São Paulo por lavar dinheiro na reforma da casa de uma filha; e foi arrastado novamente para o banco dos réus no Rio de Janeiro no caso das fraudes nas obras de Angra 3.
Além de Temer, a lama arrasta seus amigos, pessoas com as quais ele conviveu durante anos e hoje lamenta que não possam ser de novo completamente estranhas. Costuma-se dizer que é melhor uma pessoa se arrepender do que experimentou na vida do que viver sem experimentar. Isso é verdade, excetuando-se, evidentemente, luta de MMA, queda de avião e, no caso de Temer, formação de organizações que o Ministério Público considera criminosas.
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