Boa notícia: Weintraub soou como anti-Weintraub
A cerimônia de posse do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, levou às manchetes a melhor notícia do dia. Ao discusar, Weintraub soou como uma espécie de anti-Weintraub, eis a boa nova. Exposto na vitrine da internet como um radical de mostruário, o substituto de Ricardo Vélez prometeu perseguir três objetivos: 1) "Acalmar os ânimos"; 2) "Colocar a bola no chão"; 3) Respeitar "diferentes opiniões".
Quem descobriu na véspera que o ministro é um súdito de Olavo de Carvalho, tem ojeriza ao "marxismo cultural" e enxerga a assombração comunista "no topo" das instituições financeiras, dos grupos de comunicação e das grandes empresas, teve a impressão de que Weintraub estava completamente fora de si ao discursar no Planalto. Essa é a grande notícia do dia.
No momento, o único excesso que se espera do substituto de Vélez é o excesso de moderação. Em 100 dias, o governo Bolsonaro provou duas coisas na pasta da Educação. A primeira é que o inferno existe. A segunda é que ele não funciona.
Economista, Abraham Weintraub não tem experiência em gestão educacional. Mas pode guiar sua passagem pela Esplanada por uma máxima do liberal Mario Henrique Simonsen: "Em teoria econômica, o que não é óbvio quase sempre é besteira." O raciocínio encaixa-se perfeitamente à área da Educação.
Resta torcer para que Weintraub não faça como o antecessor. Vélez esbarrou várias vezes no óbvio. Passou adiante sem suspeitar que o óbvio era o óbvio. No momento, o óbvio estende a mão para o novo ministro: "Olá, Weintraub. A pronúncia está correta?" Espera-se que o ministro continue fora de si, respondendo com calma, respeito e compostura. Exatamente como discursou no Planalto.
— Atualização feita às 18h37 desta terça-feira (9): Na cerimônia de transmissão de cargo, no Ministério da Educação, Abraham Weintraub voltou a discursar. Disse que vai "pacificar o MEC". E avisou que a paz inclui a saída de "quem não estiver satisfeito."
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